O problema com os Alienígenas do Passado (Antigos Astronautas)

Talvez vocês não saibam (aliás, como poderiam?), mas eu tô escrevendo um livro sobre alienígenas. Esse livro vem consumindo minha sanidade faz algum tempo (anos, aliás) e já mudou tanto que até beta-readers, que acompanharam versão por versão, já tão putos.

Eu entendo… Deixe eu só avisar, esse post será muito grande… e, talvez, se você é apaixonado pelo tema, não seja uma boa leitura. 

Mas escrever sobre esse tema, que mexe muito com o imaginário e que, não foi um choque descobrir, há pessoas tão fanáticas, muitas vezes mais fanáticas do que os religiosos, é como andar sobre ovos. Por mais delicados que sejam os seus passos, inevitavelmente você vai quebrar todos eles.

A premissa da teoria dos Antigos Astronautas é que, em algum período da nossa história, alienígenas vieram para Terra, executaram X atividades e, depois de outro grande período, foram embora, deixando diversos vestígios espalhados pelos 4 cantos do mundo.

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Esta teoria não é aceita pela comunidade científica.

Não foi só o livro que mudou com o tempo. A minha opinião sobre o tema também. Não sei se foi uma espécie de amadurecimento do pensamento crítico e científico, só sei que mudou. Minha opinião começou a mudar à medida que minhas pesquisas aumentaram. Esse foi o mesmo caminho que segui ao deixar de vez a religião.

O que sei é que o universo é grande. O quão grande?, ninguém sabe. Mais e mais cientistas afirmam que ele está expandindo. E o conhecimento que temos sobre ele é pouco, mas já foi suficiente para descobrirmos vários planetas, planetas anões, sóis, luas, galáxias e estrelas que podem abrigar vida. Quando digo podem, é porque não temos a menor certeza de que isso é possível. Ou melhor, não temos a menor ideia do tipo de vida que ele pode abrigar. O problema é que infinitas possibilidades, geram uma série de ideias igualmente mirabolantes.

Entrei em vários grupos de debate sobre alienígenas. Do brasil e da gringa. São pessoas realmente apaixonadas pelo tema. Elas colocam lá toda a sua fé e todo o seu coração. E eu acho que é aí que mora o perigo. Porque tudo se transforma, magicamente, em alienígena e em uma série de conspirações para que pessoas normais, eu e você, não saibam do que realmente está acontecendo.

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Ao observar o tipo de coisas que as pessoas costumam debater sobre o tema, me veio a mente que o mundo em que elas vivem é muito mais interessante do que o meu.

Porque esse imaginário não inclui apenas seres de outro planeta. São fadas, sereias, dragões, duendes, demônios, praticamente todos os seres mitológicos que se pode imaginar e seres de dimensões diferentes. Até bebês humanos abortados com sérios problemas de formação, acabam se tornando híbridos alienígenas, levando descaradamente a desinformação e a ignorância adiante numa corrente que parece não ter fim, porque um grupo copia o conteúdo do outro.

De vez em quando apareciam os “escolhidos”, aqueles que não somente vêem tais criaturas, como recebem delas algum tipo de instrução, batem papo. E o interessante é que nesses grupos, não há uma pessoa que intermedeie a razão. Não pedem um porquê. Fazem perguntas relacionadas ao tema e constroem mais e mais alegorias.

Um exemplo disso foi num grupo do Facebook, do qual não lembro o nome, uma mulher disse que apanhou um voo de Fortaleza para São Paulo. Durante o voo, uma entidade da quarta dimensão (ela sabia até de qual dimensão que era) apareceu do lado de fora da janela do avião pra lhe comunicar que “Coisas iriam mudar“. Tinha uma foto do flash da câmera batendo na janela, no qual ela disse que era a criatura. As pessoas fizeram algumas perguntas, acharam o máximo, acreditaram de verdade. Enquanto eu lia as respostas, me perguntei porque ninguém questionou, em nenhum momento, nada sobre isso.

Ninguém questionou que a imagem da foto parecia o efeito lens flare, que é normal quando se tira uma foto. Ou questionou, se só ela era capaz de ver, por que a criatura não aparecera em sua frente, ou ainda dentro do avião, pelo menos. Ninguém quis saber também o que iria mudar. Se ele só falou aquilo, como deu tempo sequer pra ela pensar em tirar uma foto? Que tipo de ‘ser’ avisa que coisas vão mudar no meio de um vôo? A reação mais óbvia é a de pânico, eu acharia que a porra do avião ia cair. Mas ninguém questionou nada. Porque, para eles, aquilo é perfeitamente normal.

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E é essa falta de percepção do que é real e do que é fantástico que sempre me assustou. É o tipo de coisa que acontece na religião o tempo todo.

Tipo aquela pastora que visitou o Vale dos Homossexuais mais de 15 vezes. Mulher, tu tás viciada. Que tu foi fazer no Vale dos Homossexuais 15 vezes? A pessoa que vai 15 vezes no mesmo canto, tem que curtir muito. Ou esse exemplo da mulher que ficou enterrada 7 dias, ressuscitou e tinha 2h pra falar pra família que Jesus ia voltar, quando na verdade é um ritual da Indonésia, onde, no mês de Agosto, os parentes desenterram seus falecidos, levam seus corpos para casa e restauram seus túmulos para poder colocá-los lá novamente.

O que eu quero dizer é que a falta de honestidade intelectual das pessoas somada a ignorância e a falta do pensamento crítico das massas, resulta num mundo paralelo místico, que nos envolve, mas ninguém pode ver. Ou, pior, só vê quem crê.

Contudo, com a tecnologia de hoje (e até quando não não tinha lá toda essa tecnologia), é muito fácil fazer discos voadores passarem pelas nossas cabeças, criar coisas incríveis onde as pessoas vão se perguntar, assistindo ou vendo a mesma foto repetidamente, se são reais ou não. Um exemplo disse é o vídeo abaixo, que até saiu no fantástico, onde eles chamaram especialistas e tudo o mais e, no final das contas, o cara que fez, revelou como foi que fez:

Bacana, né? Bem feito. O cara do 3D fez um bom trabalho. Tem muitos vídeos desse no youtube e mais tantos outros que você nunca vai saber se foi um fenômeno natural (um Objeto Voador Não Identificado) ou um vídeo de algum artista que se garante. E isso é uma merda para a ufologia. Porque o fenômeno OVNI é real. Quando digo OVNI, eu quero dizer Objeto Voador Não Identificado, não quero dizer Nave Alienígena Pilotada Por Um Ser Inteligente Vinda de Algum Lugar do Universo. Entende a diferença? Quando há tantas coisas tão claramente forjadas, fica difícil se levar a sério o tema e é por isso que Ufologia é apenas mais uma pseudociência.

Muita gente já viu uma luzinha piscando no céu, um objeto em zig-zague, algo inexplicável e logo supôs serem seres de outro planeta, sem nem cogitar outra explicação mais plausível. Apesar de gostar de depoimentos oficias, ou seja, depoimentos de astronautas, controladores de vôo, oficiais de forças aéreas (alguns já até chegaram a perseguir alguns desses objetos), e cientistas sérios (porque se você não acredita nessas pessoas, em quem vai acreditar, no vizinho bêbado olhando pro céu da sacada da casa dele?), eu percebo que alguns astronautas não tocam no assunto, como é o caso de Neil Armstrong (Apollo 11). Outros, como Gordon Cooper e Buzz Aldrin, vivem comentando sobre o assunto.

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Os entusiastas do fenômeno OVNI gostam de dizer que ufólogos e pessoas que falam sobre o assunto são perseguidas. Mas por que só algumas são perseguidas? Por que Michael Collins (Apollo 11) teria sido perseguido, perdido o emprego e até sido internado por 2 anos por ter meramente comentado sobre um encontro com um objeto desses, enquanto Buzz e Cooper aparecem em documentários e programas de TV e me parecem bem até hoje? Não faz sentido. Não faz sentindo omitir o fato de que talvez Michael Collins tenha ficado 2 anos indo e vindo a hospitais porque ele tinha hérnia de disco cervical, não porque ele falou sobre ET.

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Buzz na primeira selfie tirada do espaço, na missão Gemini XII.

O Buzz Aldring, chegou na TV, acredito que num dos programas do History Channel ou CBS, e comentou um encontro com um Objeto Voador Não Identificado:

Mike (Collins) decidiu que poderia ver o objeto [que eles achavam que os estavam seguindo] através do telescópio. E ele realmente viu. Quando estava em uma posição, tinha uma série de elipses, mas quando você focava, meio que parecia ter a forma de um L. Isso não nos dizia muita coisa. Obviamente nós três [Buzz, Collins e Armstrong], não iríamos dizer “Ei, controle, tem alguma coisa se movendo junto conosco, não sabemos o que é. Será que vocês podem nos dizer?” Não podíamos fazer isso porque aquelas transmissões poderiam ser ouvidas por todo tipo de gente. Quem sabe se alguém iria pedir pra gente voltar por causa dos alienígenas, ou qualquer razão que fosse. Então decidimos cuidadosamente perguntar ao controle onde estava o S4B [foguete].

Neste momento Houston [o controle] responde que o foguete estava a 6 mil milhas náuticas e o objeto que eles estavam observando estava muito mais perto (Astronautas, Marinheiros e Atiradores de Elite têm treinamentos para identificar distâncias com mais precisão – apesar de que Armstrong afirmou que tiveram grandes dificuldades em medir distâncias na lua), do que isso. Então o que eles estavam vendo não era o S4B. Eles observaram até se cansarem e desencanaram, deixando para fazer uma melhor análise quando voltassem a Terra.

Mais tarde, numa sessão de perguntas e repostas do site Reddit, um internauta perguntou a mesma história e Buzz a recontou sobre outro ponto de vista:

Observei uma luz fora da janela que parecia estar se movendo ao nosso lado. Havia muitas explicações do que poderia ser, além de uma nave espacial de outro país ou outro mundo. Ou era o foguete do qual no separamos, ou os 4 painéis que se afastaram quando extraímos o lender do foguete e estávamos do lado das duas naves. Então, ali perto, eu estava absolutamente convencido de que estávamos olhando para o sol refletindo nos painéis. Qual deles? Eu não sei. Então, tecnicamente, a definição poderia ser ‘não identificado’.

A próxima coisa que ele disse é de autoria do sensacional Carl Sagan e deveria estar sempre na cabeça de todos:

Observações extraordinárias requerem evidências extraordinárias.

O problema do Buzz é a falta de consistência de suas histórias. Me parece que ele conta a história várias vezes e ela vai mudando ou ganhando um novo aspecto a cada nova chance. Dizia minha vó: “quem conta um conto, aumenta um ponto“.

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Gordon Cooper (Projeto Mercury), por outro lado, me parecia querer discutir de maneira séria a ideia dos discos e suas habilidades aerodinâmicas, se movendo pelo espaço,  atravessando a atmosfera terrestre. Ele se aproximou das Nações Unidas e tentou encorajar a formação de um comitê que exploraria o que descreveu na carta como “veículos extraterrestres”.

Cooper acreditava fortemente que OVNIs eram veículos inteligentemente tripulados.

“Acredito que esses veículos extraterrestres e suas tripulações são de outros planetas, visitando o nosso… A maioria dos astronautas é relutante quanto a discutir OVNIs. Em 1951, observei por 2 dias muitos de seus vôos, tinham diferentes formas e tamanhos, voando em formação de combate, geralmente do leste para oeste sobre a Europa.”

E ele achava que o governo não divulgava justamente por esses veículos possuírem tecnologia avançada. Tecnologia que não temos. O que poderia levar a uma espécie de abalo na estrutura de sociedade que a gente conhece, sem contar com o suposto pânico que poderia haver.

Embora eu ainda continue achando a Teoria dos Antigos Astronautas fraca e uma pseudociência que engana pessoas tanto quanto a religião com seu “novo” conceito de Design Inteligente (religião travestida de ciência), considero o assunto muito interessante. As pinturas das cavernas, por exemplo, são fascinantes. Assim como alguns objetos encontrados em escavações.

Mas há a possibilidade de serem pinturas do imaginário do homem/mulher que criou. Não necessariamente elas estariam descrevendo o mundo ou algo que viu, mas sendo artísticos, ou pintando um sonho ou pesadelo. Por que temos que imediatamente pular pras coisas fantásticas?

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Sim, eu tenho plena consciência de que essas pinturas têm extraordinária semelhança com o que os adeptos da teoria chamam de Greys. Essas belezinhas aí em cima. Mas as evidências são fracas. A visitação de uma raça superior deixaria muito mais legados do que pinturas nas cavernas e pedras colocadas em pontos específicos no chão, né não?

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Ah, mas as pedras seguem o caminho feito pelo Sol, de acordo com o solstício d… Porra, foda-se. Que tipo de evidência que se pode tirar disso?

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E qual o motivo exatamente das pessoas acharem que as pirâmides do Egito foram construídas com tecnologia alienígena? Por quê, cara? Será que seres humanos são assim tão debiloides? O pessoal da Teoria dos Antigos Astronautas age como se nós, seres humanos, não conseguíssemos nem amarrar um cadarço sem uma ajudinha espacial. Se as três principais pirâmides do Egito foram obra de ETs, por que não as outras? Por que também não mostrar as outras pirâmides que são muito falhas. Só a que vingou é dos ETs? Há milhares de pirâmides inacabadas e mal feitas no Egito, mas sobre essas, ninguém fala.

Sem contar com as evidências forjadas pelo von Däniken, que totalmente queimou o nome dele no meio ufológico. E o pior é que ele faz perguntas realmente interessantes em seu livro mais famoso, o “Eram os Deuses Astronautas”. Entretanto, o furor da teoria veio antes de Daniken, talvez tenha iniciado a partir do lançamento do livro “O 12º planeta”, do Zecharia Sitchin. Ele teria traduzido textos sumerianos e descoberto uma raça de alienígenas chamada Anunnaki, vinda de um planeta chamado Nibiru.

Zecharia Sitchin

Zach, infelizmente, me parece mais um charlatão. Ou alguém que ama tanto o assunto, que perde as capacidades de reconhecer as possibilidades lógicas e entra numa vibe meio Arthur C. Clarke:

Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.

Ou seja, ele deixa para trás a ciência como nós conhecemos hoje e cria um novo conceito que não conseguimos compreender por conta do conhecimento da ciência que temos hoje. É! Dá uma embaralhada no cérebro, mas me parecem mais manobras para que as coisas que ele traduziu sejam levadas a sério, do que uma história que os sumérios resolveram contar.

Os antigos curtiam contar histórias. O maior exemplo disso, na minha opinião, é a Epopeia de Gilgamesh. Uma das primeiras, se não a primeira, literatura do mundo. Uma mistura de aventura e drama, um conto épico que conta a nossa vontade de busca por conhecimento e tentativa de escapar do último e temido destino de tudo o que é vivo.

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E é muito óbvio que essa história foi simplesmente repassada durante anos e é claramente o molde para as mitologias que vieram a seguir, em especial a grega e a cristã. Cara, tem até o dilúvio. Então assumir que uma história contada por um povo antigo é, automaticamente, verdadeira, te deixa numa posição delicada. Se essa história é verdadeira e falava sobre alienígenas, ao invés de deuses, então todo livro antigo será agora visto por esse novo ângulo.

A mitologia grega: ETS. Bíblia: ETs. Corão: ETs. Mahabharata: ETs. Bhagavad-Gita: ETs. Torá: ETs. Livro dos Mórmons: ETs…

Sacou o problema?

O problema com a teoria dos Antigos Astronautas é que ela acha muito pouco das pessoas. Ela, assim como qualquer religião/doutrinação, cria uma separação da realidade e da fantasia e coloca ambas em pé de igualdade. E diz que não podemos entender porque somos humanos. Simples demais. Burros demais para compreender as vontades e desejos dos deuses/ETs. E isso me aborrece. Essa áurea de conspiração.

Vamos dizer que seja verdade. Vamos supor que alienígenas nos visitem. Desde sempre eles vêm pra cá, dão um porra de uma volta numa máquina irada. Sexo. Fazem uns rabiscos numas plantações, matam umas vacas, sequestram uma galera. Sexo. Abduzem casais. Sexo. Sexo na espaçonave. Esse cara é especial, vamos levar para Andrômeda. Esse cara é especial, somos de Agartha, vamos fazer contato. Sexo. Essa tribo é bacana, vamos mostrar onde fica Sirius B. Sexo.

Não só isso, eles trabalham com governos. No silêncio. Em troca de poder realizar toda a merda que quiserem. E aí recebemos sua tecnologia… Embora ainda não possamos viajar entre galáxias, como eles =/

Isso não torna a vida da gente uma matrix? Pior ainda, tipo O Show de Truman. Onde somos eternas cobaias a mercê de governos mancomunados com todo tipo de espécie.

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Faz sentido isso? Viver assim com essas neuras não é legal.

Certo, pra fechar o papo, porque eu já me estendi demais, preciso dizer que não descarto a possibilidade de visitas de seres de outros planetas por aqui. Não sou completamente arrogante a ponte de afirmar absolutamente nada, apenas gosto de manter os dois pés no chão. Minha mente é aberta, mas não a ponto do meu cérebro escorregar e cai. Eu tenho consciência de que há muitos mistérios e acho que é mais fácil fazer as pazes com eles, tentar entender que nem sempre teremos respostas absolutas, do que viver de conspirações.

Às vezes simplesmente não sabemos. Aceitar o fato de que podemos nunca ter a resposta para certas perguntas é muito mais honesto do que criar as respostas você mesmo.

Não devemos, claro, parar de buscar as respostas. Vai ser massa o dia em que nós, seres humanos, buscaremos outros planetas para morar. É, eu sei que vai demorar a beça. Talvez nem meus bisnetos cheguem a ver essa façanha. Mas vai rolar. E vai ser irado. Mas por enquanto a gente tá aqui na Terra e devemos olhar para ela pensando sempre na realidade, tendo sempre em mente o pensamento crítico e científico.

Talvez encontremos extra terrestres um dia. Talvez não. Ambas as hipóteses são assustadoras. Até lá…

Live long and prosper Spock Star Trek

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9 anos atrás

Curiosamente, pesquisando na internet,sobre árvore genealógica, família e outros temas, encontrei uma pergunta feita por um curioso jovem a sua professora sobre o tema geração.
A questão estava voltada para o tempo das gerações. A resposta me intrigou e eu decidi levantar mais sobre o assunto que acabou virando genealogia, filosofia e matemática.
A nossa árvore genealógica, pressupõem que cada Ser Humano tem em sua linha sanguínea duas figuras acima de si, o pai e mãe. A genealogia vai além nas gerações e busca a história da pessoa em diversas gerações acima destes dois únicos elementos. São os avós, bisavós e uma sequencia que dobra a cada geração.
Quanto tempo dura cada geração?
Quantas pessoas existem em cada geração?
Segundo Heráclito de Éfeso, filosofo grego nascido aproximadamente em 535 a.C., o tempo de cada geração foi definido como sendo de 30 anos ou o tempo que um pai levaria para conhecer o seu primogênito. É claro que este tempo é variável de pai para pai, mas Heráclito calculou a média de idade. Já a Bíblia, considera entre um geração e outra o tempo de 40 anos.
Usei Heráclito como referência, para efeito de cálculos para simplificar porque os números poderiam ser astronômicos, e defini as gerações acima de apenas um probandus (pessoa a ser estudada) e fui calculando a quantidade de pessoas que teria em cada geração acima até o número de 21 gerações sem considerar os parentes laterais como, esposa, irmãos, ou irmãos do pai e nem da mãe e nem irmãos dos avós, somente as pessoas
diretamente ligadas uns aos outros.
Usando a matemática, e colocando sempre 2 pais, 4 avós, 8 bisavós e assim por diante, fiz os cálculos para 21 gerações ou 630 anos de história pela estimativa de Heráclito. Ao final, somei todas pessoas de cada geração e cheguei ao número de 4.194.302(*) ( quatro
milhões, cento e noventa e quatro mil e 302 pessoas) em apenas uma árvore genealógica. Mas seria de espantar este número se não considerarmos que as pessoas não estavam vivas todas ao mesmo tempo, mas, a vinte e uma gerações atrás, viviam no mundo 2.097.152 pessoas que são os antepassados de nosso hipotético probandus.
Se formos considerar a união matrimonial do nosso probandus, teríamos que dobrar o resultado, pois a genealogia da esposa também teria o mesmo número.
Estas curiosidades levam a várias perguntas interessantes, como por exemplo:
Qual é possibilidade entre os 2.097.152 habitantes viventes da Terra em 1400 d.C. que poderia ter sido parentes entre si? Usando a mesma logica matematica entao o que poderiamos dizer sobre o incrivel e astronomico numero de pessoas que viveram no Planeta Terra na epoca de Jesus?

O ceticismo com bom senso, logica e muita pesquisa ajuda. O problema nao sao as perguntas. Sao as respostas. Elas estao todas bem na nossa frente esperando para serem detectadas por alguem. Nosso grande problema eh que nascemos, vivemos e morremos cercados pelas mentiras dos “bons”. Buscamos refugio nas mentiras que sempre nos contaram para termos uma sensacao de relativa seguranca. Tenha fe nos seus pensamentos mas nao deixe que essa mesma fe a cegue e a emburreca o suficiente para nao querer enxergar um palmo na frente do nariz.
Abs.

Fonte: heritage.com