Não sei se são os sinais dos tempos. A forma melancólica que passamos esses últimos anos desde a pandemia, as guerras que estão a acontecer, as tragédias da nossa vida, as escolhas que fazemos (ou não) e nos perseguem por muito tempo… não sei. Mas tem alguma coisa muito diferente com o mundo.
Talvez o mundo está igual, a gente é que tá diferente.
Esses dias fui ao cinema assistir Thunderbolts, o filme mais depressivo da Marvel desde sempre.

O filme surpreende porque os fãs da Marvel já estavam ficando acostumados com produções merda. Já aí temos um ponto positivo.
E depois, cada uma dessas pessoas que se dão o nome de Thunderbolts, estão passando por um momento delicado de suas vidas. Eles montam uma espécie de Esquadrão Suicida depressivo.
Todos eles carregam uma enorme dose de culpa e permanecem em silêncio e sem procurar ajuda para suas próprias lutas emocionais. Eles estão sempre em conflito interno, buscando desesperadamente encontrar propósito… qualquer propósito que os permita continuar.
As cicatrizes emocionais dos personagens ficam a cada take mais evidentes. Todos buscam o trabalho como forma de guardar esse sentimento numa caixinha escondida num canto do cérebro e, principalmente, como forma de redenção.
E o vilão não é nem uma metáfora da depressão… ele é a própria depressão.

A luta, apesar de visualmente parecer brutal, porque o vilão é mesmo muito poderoso, ela é interna. É uma luta pessoal de todos eles. E eles precisam se ajudar para vencer o vilão.
O detalhe do filme é que, se você tem passado por esse tipo de problemas, ele pode ser um perigoso gatilho.
Foi pra mim… e pra algumas outras pessoas que vi fungando dentro do cinema (e não era da gripe)
O filme é bom, mas é preciso abster alguns problemas e… esquecer os seus para poder curtir o filme.